SACANAGENS E HUMILHAÇÕES NA TV DO SÍLVIO SANTOS Era o subtítulo do livro da Adelaide Carraro O passado ainda dói. Li umas páginas, procurando as sacanagens e humilhações. Não tinha nada. Adelaide fazia uma vaga denúncia de uma besteira qualquer lá seguida de um falatório interminável puxando o saco do Sílvio.
ALUCINAÇÃO É o nome de um disco do Belchior Geezer Butler, o baixista autista da banda Black Rio Sabbath. A música mais legal do disco é aquela lá, Boi com medo de avião. Etc., etc. Alucinação também é percepção sem objeto. Uma vez eu estava no Guarujá, janeiro de 1981, e vi um gordão (v. Hey gordão, Joelho de Porco) fumando o que me pareceu ser um grosso toco de carvão. Não sei como, entre aspas, soube que o tal toco de carvão fumável se chamava brota. Anos depois pesquisei se existia isso. Google, ChatGPT e Belchior me garantiram que não. Sei lá. Deve ter sido alucinação minha.
O TÚMULO QUE CHORA É outro livro da Adelaide Exame de Escarro. Esse eu não folheei. Talvez tenha comprado em 2002, 2003, todos livros da Adelaide eram vendidos a preço de banana naquele saldão que existia na Rua Augusta. A propósito de túmulos, finalmente algum mané fotografou e postou uma foto do túmulo do Sílvio Santos. Nada de bilhetinhos pedindo coisas pro SS (Shutzstaffel) nem plaquinhas dizendo agradeço o Sílvio Santos pela graça alcançada.
PERDA DE TEMPO Soube de uma banda chamada Sophia Ursinho Blau-Blau e uma Enorme Perda de Tempo. Perda de Tempo era o nome da banda que o hoje jornalista musical José Norberto Flesch teve nos anos 1980-90. O Perda do Beto Flesch inclusive abriu os dois shows que o Die Toten Hosen fez aqui em São Paulo em 1992.
JOHNNY AND THE MOONDOGS Nunca ouvi ninguém dizer isso, mas é só olhar para as capas de Rubber soul e Revolver que você vê que o Klaus Voormann fez os desenhos dos rostos de John, Paul, etc., para o Revolver a partir da foto do Rubber soul.
1992 Estou parado no trânsito, na Rua Machado de Assis, Aclimação. Vim pegar meu carro numa oficina. O trânsito está assim porque a Paulista está bloqueada, os caras-pintadas estão lá, brincando de Anos rebeldes, inclusive o carro de som está tocando ininterruptamente Alergia, Alergia.
Etc., etc.
CAPAS DE PLAYBOY QUE ABSURDAMENTE NÃO EXISTIRAM Betty Lago, em setembro de 1992. Toda mulher bonita tem um apogeu enquanto mulher e enquanto bonita. Sem dúvida que o de Betty foi na série Anos rebeldes, absurdamente linda dirigindo um lindo Karmann-Ghia e botando um lindo par de chifres no José Wilker com o Kadu Moliterno, o professor barbudinho-comunista de sua filha até que gostosinha, etc., etc.
HO CHI MINH, AMANHÃ VOCHÊ Julinho Safardana me manda um cartão postal de Ho Chi Minh City, no Vietnã. Diz que está levantando um grana gorda por lá (v. Wilza Carla na propaganda do Banco Safra, 1977), jogando roleta russa com o Christopher Walken e com um japa que fica gritando mao! e lhe dando bofetadas na cara o tempo todo. Eventualmente uma bala lhe atravessa o crânio, o que o obriga a ter de comprar um cérebro novo, pagar para algum neurologista meio picareta instalá-lo, etc. Diz o Safardana que lá por setembro chove? ele deve estar de volta. Sentemos e aguardemos.
(Duas figuras do Itaim-Bibi dos velhos tempos. A Maria do Lenço, vendedora ambulante de bilhetes da Loteria Federal, parecidíssima com a escultura Queenie II, do Duane Hanson. A Cacilda, vendedora ambulante de Yakult. Sim, sou do tempo em que Yakult não tinha no mercado, era vendido de porta em porta.)
Etc., etc.
20/07/1992