ALÔ, ALÔ, CHAMANDO, por Eduardo Haak

JOSÉ ARIGÓ PRESTOU CONCURSO PRA BARNABÉ, ETC. Ouço a Messa d’Oggi, Enrico Intra, 1970, da qual o Zé do Caixão sabiamente usou o melhor trecho, Credo, na abertura de Exorcismo negro, 1974, claro que sem pagar um tostão de direito autoral. (Dizem que o Paul McCartney botou uns capangas atrás do Carlo Mossy pra dar um pau nele, porque Mossy usou sem autorização uma música dos Beatles num filme pornô, etc.) Ouço também a Missa in memorian Itamar Assumpção, Arrigo Barnabé, 2006, que eu tinha achado, sei lá, horrenda numa primeira e rápida audição, mas, não, a coisa é boa, trata-se de um Arrigo bem mais stravinskiano do que, entre aspas, schoenberguiano, e dá pra ver direitinho a presença gingada e malandra do Itamar naqueles breguetes todos, gloria, credo, kyrie eleison, etc. A regência é do Tiago Pinheiro, que em idos tempos (final dos 1980, início dos 1990) comandava o notável (eventualmente esplêndido) Grupo Beijo/Coralusp. Sim, o cara uma vez pegou uma música bizarra de uma fracassadíssima banda de rock brasileiro dos anos 1980 chamada Lado B, Céus do Haiti, e a transformou, via arranjo, numa peça vocal estranhamente tocante. Ouçam: https://www.youtube.com/watch?v=Ue3H1KXkeoU

TE VEJO NA MTV Muito legal a reportagem do Gastão Moreira mostrando como está o prédio da MTV, Alfonso Bovero, 52 (eu morei no 1024, em 1975/76, atualmente tem um Postnet na casa). Apesar de tudo estar preservado, em uso (a Kalunga, que hoje é proprietária do prédio, aluga os estúdios), etc., continuo achando que a MTV envelheceu mal, como envelhece mal todo aquele (tudo aquilo) que se deixa levar pelo mito da juventude (v. nossa linda juventude, página de um livro bom, etc.). (Ao contrário da MTV, ou melhor, do espólio de uma emissora encerrada há doze anos chamada MTV, que envelheceu mal, vejo que a Daniela Barbieri, 56, hoje instrutora de ioga, está envelhecendo bem, bem, muito bem.) Vejam a reportagem do Gastão: https://youtu.be/KgzXxP6hXvg?feature=shared

REX GALLERY Conversando sobre Wesley Duke Lee com um amigo mostro um vídeo que achei, uma festa na Rex Gallery em 1966 (passei ontem em frente ao prédio, Faria Lima, 2523). Meu amigo diz que parece a festa em que o Ratso Rizzo (Dustin Hoffman) rouba mortadela e bate umas carteiras em Midnight cowboy e eu concordo com ele. Então penso na Brenda Vaccaro, que está estupenda no filme. Jon Voight, que está tentando ganhar a vida se prostituindo em Nova York, descola um programa pra fazer com ela. Brenda o leva para casa. O texano Joe Buck falha miseravelmente na hora em que deveria funcionar. Brenda sugere de eles jogarem palavras cruzadas. Joe Buck/Jon Voight soletra mony em vez de money. Brenda faz uma lista de palavras terminadas em ípsilon: faggy (viado)... fay (fada)... gay... A cara de discreto deboche que ela faz chamando quase que diretamente o Joe Buck de bicha é muito engraçada. 

CAPAS DA PLAYBOY QUE NÃO EXISTIRAM, MAS QUE DEVERIAM TER EXISTIDO Daniela Barbieri, sim, sim, como não?, em junho de 1991. (A propósito, e aquela Tatiana Mancini, que foi da MTV e foi capa da VIP? Nunca mais ouvi falar nela.)

ENQUETE: BEATLES Faz tempo que não tenho mais muito saco pra qualquer coisa que envolva os Beatles, que acho dos quatro aquilo que o Paulo Francis achava, que numa sociedade aristocrática os beatles trabalhariam limpando bosta do cavalo no estábulo, etc., etc. De qualquer forma, no correr das décadas acabei acumulando um monte de opiniões sobre um monte de especificidades dos rapazes de Liverpool. Querem ver? Vamos lá. Meu álbum preferido: o The Beatles, ou Álbum Branco. (Talvez seja o único álbum dos Beatles que eventualmente eu ainda consiga ouvir quase inteiro.) O pior álbum: tirando o Please, please me do páreo, porque bobinho, ingênuo, não propriamente Beatles ainda, acho o Beatles for sale. Minha música preferida: I’m only sleeping. (A música, o arranjo vocal, tudo. Esplêndida.) O melhor álbum solo de um ex-beatle: Ram, do Paul McCartney, 1971. Pffff. Chega. Já deu esse assunto.

31/03/2025 


ALÔ, ALÔ, CHAMANDO, por Eduardo Haak

ESSE FILME FOI PRODUZIDO ORIGINALMENTE EM PRETO E BRANCO Estamos em férias na praia, férias de julho do ano de 1984. A TV, um aparelho Colorado, conectado a um sintonizador UHF, mostra a vinheta da Sessão Coruja, depois a ficha da censura. O filme, O Jovem Frankenstein, começa. Ficamos aloprando o Ivan, um de nossos amigos, dizendo que ele parece o Frankenstein do filme. (Ivan tem onze anos e já está com um metro e oitenta e dois.) A Rua Vitório Morbim está tomada pela neblina. Estão presentes na sala de casa o Juninho (Odorico Paraguaçu bebeu água de privada no suplício de Salviano), Toni (Toni dançou rock’n’roll com a perna mecânica de Inri Cristo), Ivan (Doutor Phibes tocou sanfona no fuzilamento de Ivan), Elton (seu Heitor cagou nas calças no disco voador de Jacinto Figueira Júnior), eu e meus irmãos, João e André.

FECHA A JANELA, JOÃOZINHO Consigo ouvir e achar interessantes alguns trechos do Arrigo Barnabé por não mais que cinco minutos. São Paulo, 31 de dezembro de 1999, falta pouco, pouco, muito pouco pro ano 2000, de Clara Crocodilo, pra mim é o bastante. Tubarões voadores, a faixa, é legal. Ouço-a inteira uma vez a cada dois anos. Orgasmo total, enquanto não entra a banda e aquelas vocalistas com voz de gralha, vai até que bem. Arrigo parece ser um cara bacana, com um senso de humor meio sombrio com o qual tenho afinidade. Suas imitações do Gil Gomes são hilárias. É bastante autocrítico e sabe que grande parte do que compôs não passa de experimentações falhadas. Suas duas missas, para Itamar Assumpção e Arthur Bispo do Rosário, são horrendas.

TATIBITATE A Tati Bernardi até que é bonitinha. Tem cara daquelas nerds mocorongas que um dia você descobre ter umas taras meio incomuns, etc. Um diretor de cinema sacana, canalhão e talentoso podia tirá-la da bolha folha-esquerda-feminismo e colocá-la numa cena como aquela que o Mojica concebeu e dirigiu em Trilogia do terror, a mulherada tendo a roupa arrancada a chicotadas, enquanto um maneta toca bongô. (Sugestão: podiam colocar o Nasi, tomado por algum exu, suando à beça e castigando o atabaque.) 

MONGA COEN Monga Coen aparece no meu Instagram mandando um venham-ver-é-sensacional para uma peça sobre Alister Crowley. Tsc, tsc, não adianta. Por mais que mude, se ligue, caia em si, esse pessoal que encheu a cuca de LSD nos anos 1970 em algum momento sempre vai acabar exibindo em público a cabeça batendo pino.

INTERVENÇÃO MILITAR Interessante que Rindu, Martina e o outro cujo nome esqueci, em Blecaute, Marcelo Rubens Paiva, passam a transitar militarizados por aquele mundo estranho em que havia sobrado só eles três. Sim, uma hora eles saqueiam do quartel no Ibirapuera veículos blindados, fardas, armamentos, etc. Noutra parte, um deles pega uma barca da Rota (v. veraneio vascaína vem dobrando a esquina), descobre uma quantidade razoável de maconha no porta-luvas e saí com o carro por aí, procurando algum ******* para esculachar, plantar droga pra forjar flagrante (v. Cê tá pensando que Erasmo Dias é Erasmo Carlos?), etc.

BLECAUTE SALVA NEWTON CRUZ DA CADEIRA ELÉTRICA Não sei se a peça de teatro chegou a ser feita, Blecaute, baseada no romance homônimo de Marcelo Rubens Paiva, mas o Kiko Zambianchi fez uma de suas músicas mais legais, mais bonitas, para a trilha dessa peça. Ouçam: https://youtu.be/c8l8cYQM1zk?feature=shared

 

(Não adianta, canções modais em modo dórico sempre quebram minhas pernas.)

 

CAPAS DE PLAYBOY QUE NÃO EXISTIRAM, PORQUE, WELL, SEM CHANCE Wilza Carla, 144 kg, não foi capa de Playboy, mas apareceu nas páginas de uma revista hardcore, Club, Fiesta ou International, em 1982. A seção da revista que mostrou Wilza nua se chamava Banhas eróticas. (Em idos tempos havia uma revista pornô que mostrava mulheres rechonchudas, acho que se chamava Chubby. Ou Cheri, sei lá.)

21/03/2025  


TITÃS OU MARCELO RUBENS PAIVA?, por Eduardo Haak

Isso foi quando? Eu diria que anos 1990, no máximo início dos 2000. Uma crônica do Marcelo Rubens Paiva em que ele dizia se sentir um zé-ninguém perto dos Titãs. Em outras palavras, que o que ele mais queria na vida era ter tido a sorte de ter vindo a ser um titã. Que, vá lá, naquela altura dos fatos ele, Paiva, filho de Rubens e Eunice, se daria por contente de ir bater um pandeirinho com Paulo Miklos, Branco Mello e tutti quanti, ainda que com o rosto coberto por uma máscara (sim, pode ser a máscara carnavalesca da Fernandinha Bochechas Eróticas). Descontados os exageros e as hipérboles comuns em textos ficcionais (crônica não deixa de ser ficção), acredito que a inveja de Paiva era real. Os Titãs, para a minha geração, eram como aqueles primos que se dão absurdamente bem na vida enquanto você, bem, você vai levando, de mediocridade em mediocridade (diploma de administração da FMU, inglês intermediário, apartamento financiado em vinte e cinco anos, etc.). É isso aí, bróder. O titã come a Malu Mader (ou a Ângela Figueiredo) enquanto você, eu e o Marcelo Rubens Paiva comemos o pão que o belzebu amassou. (Alguém me contou que viu uma vez o Paiva de madrugada num Burger King xavecando umas barangas, Palácio do Jaburu total, etc.) 

Mas também não nos deixemos levar por esse igualitarismo ilusório. Marcelo Rubens Paiva, a despeito da inveja assumida (procurem o conto do Rubem Fonseca que fala sobre o iate maior, etc.) e do xaveco nas barangas, é também, à sua maneira, um daqueles primos que se deram muito bem na vida. Feliz ano velho foi lançado há quarenta e três anos e vende até hoje. O que sobrou das coisas que você fazia quarenta e três anos atrás? Hem? Hem? Pra mim sobrou um adesivo da Fuji Film que grudei numa gaveta e que, espantosamente, continua lá. Só isso. 

Isso posto (ou seja, já que estou tratando minhas próprias invejas e rancores e ressentimentos sem muita cerimônia), que tal eu especular se preferia ter sido um titã ou um Marcelo Rubens Paiva? 

Lembrei-me outro dia, a bordo do Pinheiros 477A-10 descendo a Brigadeiro, que já vi os Titãs ao vivo. Foi em 1988, no Fico (Festival Interno do Colégio Objetivo), Ginásio do Ibirapuera. Conheci a banda mais ou menos na mesma época que todo mundo, 1984, Sonífera ilha, etc. Era colega de escola, quase amigo, de um primo do Sérgio Britto, o Eduardo Britto. Ele falava da banda do primo, Os Titãs, etc. Talvez eu tenha parado pra prestar atenção em Sonífera Ilha da Fantasia (Tattoo e senhor Roarke chapados de Rivotril, etc.) por causa desse colega. É possível. Evocando agora meus sentimentos pretéritos, nunca senti inveja dos Titãs. Sim, sempre achei legal, um monte de músicas (Dona Nenê, Toda cor, Babi índio, Pavimentação, Autonomia, Tô cansado, etc.), mas pra mim tranquilo participar dos Titãs como mero ouvinte. Uma época até me encheu o saco as poses deles, coreografias, cacoetes, etc. O Marcelo Rubens Paiva, meus sentimentos em relação a ele são/foram um pouco mais complexos. Por um lado, um cara que quero ser assim quando eu crescer. Bonito, charmoso, escritor outsider, entre aspas. (Sim, eu já quis ser escritor. Essa fantasia começou quando vi o Paiva numa entrevista pela primeira vez, acho que a Paula Dip entrevistando, 1988.) Por outro lado, o Paiva é aquele cara cuja simples/mera presença esfrega na sua cara que você nunca vai ter sequer uma fração do charme dele, que você nunca vai ser amado pelas mulheres um centésimo do que ele é, etc. (Será que é um lance comunista dele, dividir igualitariamente, justiça histórica, etc., aquilo de dar moral para as moradoras do Palácio dos Jaburus?)

E aí, o que eu preferia, estar com dezessete anos e ter uma vida inteira pela frente como um titã ou como Marcelo Rubens Paiva? Bem, se eu tivesse dezessete anos, num 1988 hipotético, acho que não teria dificuldade para escolher. Em última análise jogaria cara ou coroa. O que saísse estaria ótimo. Com cinquenta e quatro, e com o senso de que, a despeito da diferença dos caminhos trilhados, estamos todos indo para o mesmo buraco (todos sendo dissolvidos pela mesma entropia), pra mim é indiferente. De certa forma até prefiro ser eu mesmo, pois devo estar mais familiarizado com os declínios do que esses bobalhões todos. Sim, familiarizado com os declínios e os fracassos como um personagem de Walter Hugo Khouri (v. Paulo José em As amorosas falando para a Aneci Rocha que estamos todos destinados ao oblívio eterno, etc.) Sim, um personagem do Khouri. Que baita sorte a minha.

14/03/2025


ALÔ, ALÔ, CHAMANDO, por Eduardo Haak

MEIA-NOITE E VINTE E QUATRO, DIA 16 DE NOVEMBRO DE 1978 Na sala de estar de uma casa na Rua Vitorino Carmilo, Barra Funda. (Ou na Rua Carla, Itaim-Bibi.) Estou deitado no sofá, abraçado a uma almofada, ainda vestido (jeans US Top), meus tênis Adidas Viena no chão, ao alcance da perscrutadora ponta de meu pé direito. A mesa de centro da sala tem alguns números de Manchete, sob os quais deixei uma Status (Lívia Mund, etc.). Há um cinzeiro vazio, de plástico, perto do qual há um maço de Luiz XV com quatro cigarros e um isqueiro Cricket. Ao lado do cinzeiro há um carnê a ser pago no Banco Geral do Comércio e cinco notas de cem cruzeiros (Floriano Peixoto) presas com um clipe. A TV está na Globo, canal cinco, e mostra agora a vinheta da Coruja Colorida, a música de John Cacavas (pastiche de romantismo tardio), estrelas girando, meia lua, etc. Sei que há na garagem aqui de casa um Opala Especial 1973, amarelo. (Ou um Fiat 147, azul, parado na rua, porque essa casa, na Rua Carla, Itaim-Bibi, não tem garagem.) Sei que daqui a pouco vou ouvir o apito do vigia noturno, o Paraná (ou Múmia Paralítica). E mais tarde, se eu ainda estiver acordado, a Kombi da entrega de jornais.

PERCURSOS Corro pela Nove de Julho do Itaim até o Joelma (seis quilômetros e uns quebrados) num pace de mais ou menos sete. Entro na Rua Santo Antônio (v. “Bichos saem dos lixos”, Titãs) e atravesso-a inteira. Sigo pela Almirante Marques de Leão e chego à Alameda Ribeirão Preto, depois Joaquim Eugênio de Lima, Paulista e Brigadeiro Luiz Antônio.

CAPAS DE PLAYBOY QUE NÃO EXISTIRAM, MAS QUE DEVIAM TER EXISTIDO Kathy Valentine, em agosto de 1984. Kathy era/é a baixista das Go-Go’s (v. Vai-Vai, a escola de samba do Robby Krieger). As Go-Go’s eram todas umas graças, mas bonita mesmo ali só a Kathy. (Pesquiso e vejo que a Belinda Carlisle, cantora da banda, foi a capa da Playboy em julho de 2001.)

O SOFÁ DO SÍLVIO SANTOS E aí, a comunidade já liberou o acesso ao túmulo do Senor Abravanel? O povão deve estar na maior fissura pra ir lá fazer pedidos, botar bilhetinhos e colar plaquinhas, “Agradeço ao Sílvio Santos pela graça alcançada”, etc. (Na Mad que parodiou Tubarão aparecia na parte de trás de um biquíni a frase sou fã do Sílvio Santos. Como eu ainda não lia direito, 1977, acabei lendo sofá do Sílvio Santos. Ri muito, aos seis anos, imaginando o Sílvio sentando no traseiro da moça, etc.)

AGAMENON Descubro, com mais de um ano de atraso, que a Crusoé parou de publicar a coluna do Agamenon Mendes Pedreira. Que agora deve estar curtindo sua aposentadoria a bordo do Monza 88 enferrujado estacionado na Rua da Amargura. (Talvez o Agamenon esteja fazendo Airbnb com o banco de trás do Monza, onde talvez esteja agora hospedado o Voltaire de Souza.)

 

(Descubro que Voltaire de Souza está sendo publicado em Poder 360. Não sei quem está escrevendo, mas os textos andam bem ruins. Como já dizia o tio Rolf, tudo no comunismo vira uma bosta, etc.)

TITÃS Preparo arroz, feijão e acém moído para a Olívia ouvindo o Tudo ao mesmo tempo agora, álbum dos Titãs de 1991. Gosto muito desse álbum. O empresário Manoel Poladian disse numa entrevista razoavelmente recente que os Titãs faliram quando arriscaram uma autogestão acompanhada de discos pouco comerciais como esse e Titanomaquia, de 1994. Diz também o Poladian que foi o Marcelo Fromer quem fez os Titãs voltarem a ser uma empresa lucrativa, quando convenceu os colegas de banda a deixarem de lado a radicalidade artística e virarem fazedores de musiquinhas de palestra motivacional, é preciso saber viver, devia ter amado mais, etc. (Diz ele que o Fromer costumava dizer, talvez meio de gozação, que ele não gostava de tocar, mas de ganhar dinheiro).

 

Etc., etc. 

 

12/03/2025