FESTA “TEM FOGO?” (FLYER COM A IMAGEM DA LILIAN LEMMERTZ ACENDENDO UM CIGARRO EM “CORPOS ARDENTES”), EDIFÍCIO JOELMA, SÁBADO ÚLTIMO A festa Tem fogo? continua bombando entre os trend setters do mundo dos mortos eppur si muove (bomba também entre os zés-ninguém, e que viva a democracia). Aqui não tem bebida adulterada com metanol, mas se o cliente entrar numas de querer provar o barato dessa modalidade alcoólica (falência renal, destruição do nervo óptico) a gente até arranja. Etc., etc. A festa agora tem um hostess, o Marcílio, ou Paraná, ou Múmia Paralítica. Grande e inolvidável figura do Itaim-Bibi de idos e decrépitos tempos, Marcílio veio do Paraná para São Paulo em 1973, fugindo de um agiota chamado Dalton Travesseiro, vulgo Vampiro de Ji-Paraná. Trabalhou entre 1976 e 1979 no meu prédio. Em 1982 foi vice-campeão num concurso de sósias da múmia paralítica. Morreu na virada do ano de 1999 para 2000, ao levar um choque numa cafeteira elétrica cuja voltagem se desregulou por causa do bug do milênio. Etc., etc. Dentre as figuras ilustres presentes nessa edição de Tem fogo? estava o inolvidável Costinha, o humorista, quando então tive a oportunidade de perguntar para ele como é que era mesmo aquela piada que no final ele dizia, ei psiu, enfia esse defunto no cu, porque eu só me lembrava dessa parte da piada. Meu irmão André, com um visual Jece Valadão 1979, fumando um Benson & Hedges mentolado atrás do outro, contou pro Julinho Safardana que uma vez abriu o esguicho que tinha no pátio do nosso prédio e encharcou o seu Marcílio. Então o Julinho teve a ideia, ei, vamos encharcar de novo a Múmia Paralítica, e foi até o hidrante do corredor dos elevadores, mas o hidrante estava desconectado, completamente seco, afinal estamos no Joelma e tradição é nosso lema. Etc., etc. Presente também na festa aquele meu tio com nome de bebida que morreu em 1979 (v. Avenida Iraí, 300). E o grande cineasta Rogério Sganzerla, que fez dois bons filmes, Bandido etc. e Mulher etc. (Copacabana mon amour e Sem essa, aranha são umas merdas.) Rogério diz que abandonou o cinema, que mudou seu nome para Cinésio (alusivo a cinema e cinzas, já que seu corpo foi cremado) e que hoje tem uma imobiliária em Joaçaba, SC. André, meu irmão, vestido de Jece Valadão 1979 e com seu inquebrantável charme de Omar Sharif, foi embora da festa mais ou menos cedo, acompanhado de uma loirona a cara da Vera Fischer que eu não sei quem é, se alguém souber depois me conta.
AFANÁSIO JAZADJI Um programa do Afanásio de 1984 em que ele entrevista a mãe de um menor infrator, de prenome Valteir, vulgo Pelé, que matou um sujeito durante um assalto. Afanásio pergunta à mãe do menor se é verdade que ela preferia que o filho estivesse morto. A mulher diz que sim, que o filho deveria ser enterrado como um cachorro, etc., etc.
LEÃO XIV Não sei que apito toca esse papa, pouco me interessa, mas, analisando sua figura pública, benza-deus, a falta de carisma dele é espantosa.
RECORDAÇÕES DE 2020 Faço uma hora de corda, na sala, em frente a um espelho de corpo inteiro. Fiz uma playlist, músicas em 130-140 bpm. Uncle funk, versão do Eumir Deodato para Mr. Funky Samba, do Black Rio, está na playlist, embora seu bpm esteja abaixo de 120. A fonte sonora é meu telefone conectado via Bluetooth a uma dessas caixas cilíndricas da JBL. Finalizo cada período de saltos com um double under.
CAPAS DE PLAYBOY QUE NÃO EXISTIRAM, MAS QUE DEVERIAM TER EXISTIDO Djin Sganzerla, em março de 2007.
AH, O HUMOR PECULIAR DESSES DITADORES “Eu garanto liberdade de expressão, eu só não garanto a liberdade depois da expressão.” Idi Amin Dada, 1928-2003, o ditador dadaísta de (uga-uga) Uganda.
03/10/2025