QUEM GOSTA DE VELHARIA É ANTIQUÁRIO Luiz Schwarcz, dono da Companhia das Letras (essas velharias existem ainda?, editora, livros, etc.?) em Piauí fala de sua amizade com Paulo Francis. O texto é enfadonho, mas tem uma parte até que divertida em que ele diz que Francis era um daqueles camaradas que quando bebem ficam agressivos e que numa dessas ocasiões ele começou a implicar com um terno de quatro botões que Schwarcz estava usando, por fim chamando-o de rapazola do Bom Retiro (bairro judaico de São Paulo) com esse jaquetão de José Sarney.
QUEM GOSTA DE COISA VELHA É MUSEU Meio sacal esse o céu é o limite de Chat GPT, IA, etc. Ter 54 anos te traz a vantagem de saber por experiência que tudo, sempre, acaba virando velharia. Mas a coisa de clonar voz é até que divertida. Clonei a voz do Costinha, Lírio Mário da Costa, e a coloquei para falar um monte de trivialidades atuais. As trivialidades soaram mais triviais ainda. (Divertido também o canal do Instagram O Paraíba de Alagoas, que transforma via deep fake Bolsonaro e Lula numa dupla humorística (v. “Os Três Patetas eram dois: Dedé, Didi, Zacarias e Ringo Starr”).
BITOUS Pete Best anunciando em 2025 que está deixando a vida pública. Ué, mas ele não deixou a vida pública em 1962, quando foi demitido dos Beatles e foi viver o que restava da existência dele como um modesto funcionário público em Liverpool? (Não quero ser agourento, mas esse anúncio cheira a Alzheimer, câncer terminal, etc.)
2035 Nos próximos dez anos o que ainda resta dos anos 1960 vai ter acabado ou vai estar inviabilizado. Ringo e Paul, se vivos estiverem (faço votos de que sim), terão mais de noventa. Jagger e Richards, por aí também. Woody Allen terá cem (v. “Não é que eu tenho medo da morte, eu só não quero estar lá quando acontecer”). Alguma novidade nisso tudo, decrepitude, falência múltipla de órgãos, etc.? Tudo que é humano acaba indo para o brejo. E la nave va.
PUNKS VERSUS AFANÁSIO JAZADJI Tenho em alguma fita VHS que está se decompondo em algum armário aqui de casa dois debates que Sérgio Groisman promoveu quando comandava o TV Mix, Rede Gazeta, 1988. Num deles o debate se deu entre Jacinto Figueira Jr., o Homem do Sapato Branco, e um grupo de hare krishnas. Jacinto foi com a carga toda pra cima da rapaziada, dizendo que tinha ouvido de alguém de dentro da organização a confissão de que era tudo grupo (“Jacinto, é tudo grupo”), que a coisa lá era uma tremenda de uma surubeta, que era todo mundo com todo mundo, etc., ao que um dos hare krishnas começou a dizer, como um possesso, é mentira, é mentira, é mentira, é mentira, é mentira, etc. Noutro o debate foi entre quatro punks – Redson, do Cólera, Tatola Godas, então vocalista do Não Religião, Mao, dos Garotos Podres, um sujeito parecido com o Lagartixa Pré-Histórica (Caio Túlio Costa), editor de uma revista chamada Junkie, e Afanásio Jazadji. Tatola perguntou a Afanásio por que os estúdios de uma emissora de rádio, depois da contratação de Afanásio, passaram a ter cortinas, Afanásio respondeu, é porque eu trabalho pelado, o que mais você quer saber?, se meu carro tem freio a disco? No final, depois de fazer os punks todos botar o galho dentro, Afanásio pediu desculpas ao telespectador por algum excesso, mas reiterou que com aqueles cafajestes que não prestavam pra nada ele não podia ter agido de forma diferente.
Etc., etc.
CAPAS DE PLAYBOY QUE NÃO FORAM FEITAS NA HORA CERTA Yoná Magalhães foi capa da Playboy em fevereiro de 1986. Pode-se dizer que estava bem para cinquenta anos. Mas, na real, estava meio cafonona, com aquele cabelo pompom que então era moda, etc. Sobretudo, havia algo pesado, sobrecarregado, em sua imagem. Yoná deveria ter sido capa da Playboy dez anos antes, 1976. Vejam as cenas dela em O grito, novela da Globo. Ela está bem magra, coisa que a favorecia bastante, e com o cabelo liso. O.k., estava com um ar meio de Bife Acebolado, mas é inegável que estava linda.
14/04/2025